Estava eu cansado, estressado e não sabia o que fazer naquela tarde de quarta feira. Tentei ler o jornal do dia, mas foi em vão. Entrei no facebook e na verdade me estressei mais ainda com tanta bobagem escrita. Decidi então ligar a TV nas janelas de músicas. Coloquei em jazz clássico, e ali escutei Billie Holiday cantando "God Bless the Child". Em poucos minutos ouvindo aquele gênero nascido no ínicio do século XX, em Nova Orleans nos Estados Unidos, começei a relaxar e perceber que a música me fez sentir bem. A música me trouxe paz, entretanto me levou à uma reflexão: que prazer a sonoridade de um estilo musical pode trazer à vida das pessoas nos dias de hoje?
As sociedades hoje estão habituadas a escutarem sons diferenciados como os barulhos das bombas lançadas por missíeis nos conflitos mundiais, das balas que cortam os morros e as favelas das grandes cidades brasileiras ou ainda das buzinas que ensurdecem motoristas no trânsito das metrópoles. E ainda se tem barulhos que se denominam "músicas " que não apresentam conteúdo nenhum, nem de letra e nem de som transformando os estilos em verdadeira poluição sonora. O que se falta então é voltar a ensinar música às nossas crianças e jovens.
Hoje os games e animações cinematográficas trazem em suas telas rajadas de metralhadoras e sangue escorrendo. Por que não trazer cultura e aprendizagem como fez o desenho de Walt Disney, FANTASIA de 1940, onde numa história simples de superação se trazia a musicalidade de grandes mestres como Tchaikovsky, Bach, Beethoven, entre outros.
Os gêneros musicais são diversos e não se pode desprezá-los. Todos tem seu espaço na vida das pessoas seja o "brega", o forró, o eletrônico, o rap, a bossa nova, MPB, o rock e até mesmo o funk, se bem trabalhado, pode trazer sua contribuição. O que não pode acontecer é a banalização da música fazendo até mesmo a pessoa perder seu valor e dignidade na sociedade. O gosto musical não se discute, porém é preciso de bom senso.
Em tempo, enquanto terminava essas linhas soube da morte do pianista Dave Brubeck de 91 anos, um dos ícones do Jazz moderno. Agora deixe eu ir ali ouvir Elis Regina cantando o 'Bebâdo e a Equilibrista', pois como diz a própria letra o "Show deve continuar".
Padre Wetemberg Aires de Oliveira