quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O Gosto Musical


Estava  eu cansado, estressado e não sabia o que fazer naquela tarde de quarta feira. Tentei ler o jornal do dia, mas  foi em vão. Entrei no facebook e na verdade me estressei mais  ainda com  tanta bobagem escrita. Decidi então ligar a TV nas janelas de músicas. Coloquei em jazz clássico, e  ali escutei Billie Holiday cantando "God Bless the Child". Em poucos  minutos ouvindo aquele gênero nascido no ínicio do século XX, em Nova Orleans nos Estados  Unidos, começei a relaxar e perceber que a música me fez sentir bem. A música me trouxe paz, entretanto me levou à uma reflexão: que prazer  a sonoridade de um estilo musical pode trazer à vida das pessoas nos  dias  de hoje?

As  sociedades hoje estão habituadas a escutarem sons diferenciados como os barulhos das bombas lançadas por  missíeis nos conflitos mundiais, das balas que cortam os morros e as favelas das grandes cidades brasileiras ou  ainda das buzinas que  ensurdecem motoristas no trânsito das metrópoles. E  ainda se tem  barulhos que se denominam "músicas " que não apresentam conteúdo nenhum, nem de letra e nem de som transformando os estilos em verdadeira poluição sonora. O que se falta então é  voltar a  ensinar música às  nossas crianças e jovens.

Hoje os games e animações cinematográficas trazem em suas telas rajadas de metralhadoras e sangue escorrendo. Por que não trazer  cultura e  aprendizagem como fez o desenho de Walt Disney, FANTASIA de 1940, onde numa história  simples de superação se trazia a musicalidade de grandes mestres  como Tchaikovsky, Bach, Beethoven, entre outros.

Os gêneros musicais são diversos e  não se pode desprezá-los. Todos tem seu espaço na vida das pessoas seja o "brega", o forró, o eletrônico, o rap, a bossa  nova, MPB, o  rock e  até mesmo  o funk,  se bem trabalhado, pode trazer sua  contribuição. O que não pode acontecer  é a banalização da música fazendo até mesmo  a pessoa perder seu valor e dignidade na sociedade. O gosto musical não se discute, porém é preciso de bom senso.

Em tempo, enquanto terminava essas linhas soube da morte do pianista Dave Brubeck de 91  anos, um dos ícones do Jazz moderno. Agora deixe eu ir ali ouvir Elis Regina cantando o 'Bebâdo e a Equilibrista', pois como  diz  a própria letra o "Show deve continuar".
    
Padre Wetemberg Aires de Oliveira
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