João, rapaz pobre da periferia paulistana. Aos vinte e poucos anos trabalhava como
ajudante de pedreiro em uma obra no centro. Quieto, gostava de tomar uma
cervejinha, nas horas de folga, com os amigos. Estudou até
o ginásio, mas gostava de ler o que via pela frente. João Morava sozinho numa
casinha simples de dois cômodos. Seus pais moravam no sertão baiano.
Certo domingo de inverno, João decide perambular pelas ruas
da cidade. Com uma jaqueta azul marinho, calça jeans desbotada, camisa polo e
sapato preto, ele caminha sem rumo nos calçadões da vida.
João Contempla a beleza gótica da Catedral da Sé, e ao sair
dali se depara com uma garotinha de uns nove anos. Sozinha e trêmula está
encostada ao lado da escadaria da igreja. João fica com remorso, vai numa
lanchonete ao lado e compra pão e café com leite, e leva até a criança. A
menina nada diz, mas uma pequena lágrima escorre em sua face. João segue seu
caminho.
João se encontra agora ao lado do Páteo do Colégio. Ali o início
de tudo na então vila de São Paulo. Depois de apreciar a bela paisagem urbana, ele
vê um mendigo deitado num banco. Ao se aproximar, o morador de rua senta no banco
e chama João.
-Moço faz uma oração pra mim? João segura nas mãos dele e
reza um Pai Nosso e uma Ave Maria. Enquanto João reza, uma lágrima desce sobre a
bochecha do mendigo. João levanta e vai embora.
Mosteiro de São Bento. Mais uma vez João se encontra a
apreciar a beleza sacra daquele templo em meio à selva urbana. João entra no momento em que se celebra a
Missa em canto gregoriano. Senta-se ao lado de uma senhora. No momento de ação
de graças, João percebe uma lagrima no rosto da mulher, que de súbito e repleto
de emoção abraça o pobre rapaz. Terminada a Missa João decide retornar ao seu
singelo lar.
Ao se aproximar do portão de casa, um pingo de chuva bate em
sua cabeça escorrendo pelo seu rosto. João percebeu que aquele pingo de chuva
era Deus que chora e se preocupa com seus filhos João olha pra cima e percebe
as nuvens se abrindo. João entra e senta em sua cama de solteiro, três lágrimas
caem de seu rosto. As nuvens se abrindo significou para João a Luz, o fazendo
lembrar-se de uma frase do saudoso padre Léo, que dizia: “Quem chora em Deus
não se afoga em suas Lágrimas”. João deitou-se e dormiu feliz.
Padre Wetemberg Aires
de Oliveira
Muito linda, emocionei com a história .. que possamos pegar esse exemplo.
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ResponderExcluirQue linda crônica Padre! Lágrimas de gratidão a Deus é o melhor choro da vida! Parabéns! Reflexão bastante contemplativa! Conforme estava lendo pude sentir o próprio Deus através da pessoa de João! Abraços!
ResponderExcluirBela crônica,mostra a sensibilidade e o seu enorme coração,para com seu semelhante. João apesar de sua humildade,ainda olha com coração de Deus.Parabéns padre Wetemberg
ResponderExcluirBela crônica,mostra a sensibilidade e o seu enorme coração,para com seu semelhante. João apesar de sua humildade,ainda olha com coração de Deus.Parabéns padre Wetemberg
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