quarta-feira, 15 de julho de 2020

Cidadão Sim!




Cidadão Sim!

Terminei minha caminhada matinal. Cheguei a minha casa, tomei um banho quente, preparei o meu café e me coloquei a meditar sobre as pessoas que ali se exercitavam. Pensei em escrever algo sobre aqueles cidadãos, num ritmo frenético em busca da saúde ideal ou de um corpo perfeito. Pronto. Diante daqueles rostos mascarados numa pista de cooper, vou escrever sobre um tema que esquentou as redes sociais e os noticiários nos últimos dias: O que é ser cidadão? Que cidadão eu sou? Ou não sou?

Sou o Cidadão dotado de razão como diz o pensador Cícero na época do poderio de Roma?

Sou o Cidadão animal político, que alcança sua auto suficiência na polis, como retrata o filósofo Aristóteles?

Sou o Cidadão Kane da obra cinematográfica de Orson Welles, que apresenta a ascensão e queda de um poderoso homem dono de um império midiático?

Sou o Cidadão de Papel do livro ganhador do prêmio Jabuti de 1994, escrito pelo saudoso jornalista Gilberto Dimenstein e que mostra a realidade de uma falsa cidadania?

Sou o Cidadão que coloca a mão na massa, no cimento e se vê ignorado pelo bicho homem da sociedade moderna como está descrita na letra da bela música de Zé Geraldo?

Sou o Cidadão “comum” das periferias das grandes metrópoles que são abordados pela polícia para averiguação?

Sou o Cidadão que vive uma realidade repleta de injustiças e desigualdades?

Sou o Cidadão que, na verdade, não sou por exercer um curso superior e ser melhor que outros?

Parafraseando o cantor cearense Belchior (In Memorian): Eu sou apenas um rapaz Cidadão Sim, latino americano, com álcool gel no bolso e máscara no rosto, caminhando pela vida construindo pensamentos e buscando direitos e deveres na sociedade.
Wetemberg Aires de Oliveira – 14/07/20


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