Cidadão
Sim!
Terminei minha
caminhada matinal. Cheguei a minha casa, tomei um banho quente, preparei o meu
café e me coloquei a meditar sobre as pessoas que ali se exercitavam. Pensei em
escrever algo sobre aqueles cidadãos, num ritmo frenético em busca da saúde
ideal ou de um corpo perfeito. Pronto. Diante daqueles rostos mascarados numa
pista de cooper, vou escrever sobre um tema que esquentou as redes sociais e os
noticiários nos últimos dias: O que é ser cidadão? Que cidadão eu sou? Ou não
sou?
Sou o Cidadão dotado de
razão como diz o pensador Cícero na época do poderio de Roma?
Sou o Cidadão animal
político, que alcança sua auto suficiência na polis, como retrata o filósofo Aristóteles?
Sou o Cidadão Kane da
obra cinematográfica de Orson Welles, que apresenta a ascensão e queda de um
poderoso homem dono de um império midiático?
Sou o Cidadão de Papel
do livro ganhador do prêmio Jabuti de 1994, escrito pelo saudoso jornalista
Gilberto Dimenstein e que mostra a realidade de uma falsa cidadania?
Sou o Cidadão que
coloca a mão na massa, no cimento e se vê ignorado pelo bicho homem da
sociedade moderna como está descrita na letra da bela música de Zé Geraldo?
Sou o Cidadão “comum”
das periferias das grandes metrópoles que são abordados pela polícia para averiguação?
Sou o Cidadão que vive
uma realidade repleta de injustiças e desigualdades?
Sou o Cidadão que, na
verdade, não sou por exercer um curso superior e ser melhor que outros?
Parafraseando o cantor
cearense Belchior (In Memorian): Eu sou apenas um rapaz Cidadão Sim, latino
americano, com álcool gel no bolso e máscara no rosto, caminhando pela vida
construindo pensamentos e buscando direitos e deveres na sociedade.
Wetemberg
Aires de Oliveira – 14/07/20